quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Eu não sei bem o que é. Acho que ressaca. Talvez o sexto dia seguido fumando que só. A caixinha de Marlboro , pequena lembrança da McLaren do Prost. Hiltons alongados como os dedos da última amante russa do último Czar, meu brother Nikolay Alexandrovich. Quem sabe a ausência de uma mulher que não sei bem quem é. Ou a falta dos amigos que conheço  até demais. Possivelmente o ducentésimo segundo aniversário da batalha de Waterloo. Vocês já experimentaram morrer em Waterloo? Nem tentem. É uma merda. Ou o Chet Baker solitário que preenche a sala de jantar onde raramente se janta. (Por falta de diagnóstico ou doença que justifique um diagnóstico, Chet Baker em What's New está fora de cogitação). Pode ter sido o excesso de anúncios de shampoo para caspa ou os congelados da perdigão. Vinho chileno ou Jaggershit, só pode. Não descarto a vitória do Flamengo, que sempre me fode a alma, ou a distância do nordeste, meu oceano e minha cicuta. Há quem diga que a culpa está nas estrelas, mas os cientistas não sabem mais que as cartomantes, e as cartomantes de hoje escorregaram na Tamburello: profissionalizaram-se.
Olha, se eu pudesse e o dinheiro desse, mataria no peito e sairia jogando , mas não é assim que a banda toca, chicos.
Acontece, meu bem. Às vezes é simplesmente inevitável, filho meu. Como proceder? Com a palavra, Manuel Bandeira: "A única coisa a fazer é tocar um tango argentino."

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